quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Pessoas com deficiência reprovam atitude ‘lamentável’ das empresas de ônibus


A edição 208 do Informe do IBDD, publicada no dia 9 de julho, na qual abordamos o descaso de uma empresa de ônibus em relação aos direitos da pessoa com deficiência,  suscitou elogios, críticas e depoimentos dos nossos leitores. Conforme noticiamos, o casal de cadeirantes José Flávio de Barros e Michelli Ramos Sartori foram vítimas, pela segunda vez, da empresa Erig Transportes LTDA- que, em junho de 2011, havia sido condenada a indenizá-los em 20 salários mínimos por não terem sido atendidos no ponto por quatro ônibus da linha 920 (Pavuna – Bonsucesso). Um ano depois, apesar da punição, o ato foi repetido. Veja alguns dos comentários:    
 “Aos técnicos do IBDD,  parabéns pela atuação. É constrangedor ler uma notícia dessas em plena ‘era da inclusão’. As pessoas realmente precisam ser sensibilizadas”, Maria Iracema Lopo. 
 “Obrigado pelo IBDD, mais uma vez, por permanecer à frente desta luta insana!”, Angela Werneck
“ É lamentável esse desrespeito com o próximo. Vivemos em um país que gasta tanto dinheiro com futilidades , e os governantes não pensam em nós. As eleições estão aí, então vamos pensar melhor em quem devemos confiar!”, Silvana Pontes
“Convivo diariamente com abusos na cidade que moro, principalmente pela falta de estrutura do governo municipal que não disponibiliza vagas de estacionamento prioritário, muito menos fiscaliza. Os existentes nos bancos da cidade são invadidos por motos. Quando indagamos o mau uso, chegamos a ser agredidos verbalmente. No único shopping da cidade, existe um número de vagas prioritárias, mas usadas indevidamente por pessoas que não tem respeito nenhum à sinalização. E, por fim, nos supermercados, as filas prioritárias são um caos”, Cleyton Nascimento (morador do município de Cabo de Santo Agostinho, em Pernambuco)
 “Há dois meses, peguei o ônibus da linha 410 no Centro do Rio de Janeiro em direção a Botafogo. Quando chegou a um ponto antes do Praia Shopping, dei o sinal de parada, ele parou. Assim que coloquei um dos pés  no chão, ele acelerou o ônibus e eu cai no meio da rua. Dei sorte, pois não vinha nenhum carro atrás do ônibus. Sair de casa é um sacrifício pra gente, pessoas com deficiência. Precisamos fazer alguma coisa” . Humberto Silva .
          Como se pode ver, a falta de acessibilidade, tanto nos transportes coletivos quanto nos espaços públicos das cidades brasileiras, é uma questão imprescindível que devemos levar em consideração para as próximas eleições municipais. Poucos avanços foram obtidos na atual gestão, aponta Priscila Selares, gerente do núcleo jurídico do IBDD: “A Secretaria Municipal dos Transportes não possui funcionários capacitados para a questão da pessoa com deficiência. O que demonstra isso é que, em ocasião da padronização das linhas de ônibus municipais e da adaptação dos veículos, eles não atentaram para observar as regras de acessibilidade, tampouco ouviram o segmento”. Como Priscila ressalta, para escolhermos nossos representantes no Poder Executivo, é necessário avaliar o comprometimento dos candidatos com o assunto, observando as ações que já foram desenvolvidas em favor do segmento. “É preciso que a questão da pessoa com deficiência não sirva como mera bandeira eleitoral”, conclui.

Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência

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