I Encontro de Educadoras e Educadores dos CRAS

No dia 24 de abril de 2009, no Centro Medianeira, aconteceu o I Encontro de Educadoras e Educadores dos CRAS (Centros de Referência em Assistência Social), organizado e coordenado pela Diretoria de Planejamento e Gestão Estratégica (DPGE) e Diretoria de Proteção Social Básica (DPSB). O objetivo desse primeiro encontro foi oportunizar um espaço de integração e troca de experiências, tendo como foco o papel do(a) educador(a) social na Assistência Social em São Leopoldo.
O encontro teve início com uma vivência em que, em grupos, as pessoas deveriam pensar o “ser educador(a) no espaço da Assistência Social de São Leopoldo” a partir de seis palavras: margem, retina, elo, viés, trama e pegada, apresentando a reflexão construída no grupo a partir da linguagem escolhida: desenho, música, dança, dramatização etc. A atividade, desenvolvida de forma bastante criativa pelos grupos, através de diferentes linguagens, gerou uma ampla discussão, que teve continuidade na atividade seguinte. Dessa vez, em outros grupos formados a partir dos primeiros, os(as) educadores(as) tinham como desafio discutir sua prática a partir da troca de experiências, escolhendo uma história/experiência/situação para ser registrada e apresentada aos(às) demais participantes. Nessa história, deveria aparecer o papel do(a) educador(a).
Assim, ficou combinado que no próximo encontro, a realizar-se no dia 29 de maio, serão relatadas as diferentes histórias, sendo que a cada história apresentada haverá possibilidade de intervenção por parte dos outros grupos em relação ao papel do(a) educador(a) social. No final, foi proposto o desafio de os(as) educadores(as) continuarem refletindo sobre o tema “ser educador(a) na Assistência Social de São Leopoldo” a partir do que foi construído nesse primeiro encontro e de um poema escrito pela assessora Maria do Carmo, da DPGE:

Margem, Retina, Elo, Viés, Trama e Pegada

Na margem,
À margem de, ou ...
Da margem ...

Da margem, o olhar faz um outro movimento
(retina: camada mais profunda de cada globo ocular)

Olhar profundo sobre os que estão à margem de, ou ...
Da margem, olhar profundo com os que ...

Mas não basta o olhar profundo
Sem a liga, o contato, a amorosidade, o elo

No viés da vida, faz-se a trama,
O enredo, a tecitura

De tudo (e de tantos nadas)
Ficam sinais, vestígios, rastos, pistas, pegadas ...


Então: Nosso fazer, nossa prática, nossa trajetória como educadores(as) sociais precisa construir-se a partir da margem. Olhar profundo e amorosidade são essenciais para construir a trama, o percurso. Mas ...

Bem, a reflexão está só iniciada... Quem se desafia a continuá-la?

(Maria do Carmo – Assessora DPGE)


Seguem alguns poemas produzidos pelos grupos na primeira vivência:


Minha retina espia,
esguia, se esquiva.
Remete ao meu racional
o que se passa na margem
de mim mesmo,
do outro,
do elo que há
entre o meu e o nosso ...
Meu viés é tentar.
E tento.
Embora me queiram
calado, preso a
uma trama obscura,
resisto, acredito,
e deixo minhas marcas no barro.

(Grupo: Totonho, Sabrina, Lara, Paulo, Paola, Cléia)



Às vezes sim, às vezes não

Às vezes sim, às vezes não
Elo com pegada
Sim ou não
Mesmo à margem de tudo
Utilizamos a retina
Reflexo ou não
Articulando com trama
No viés da solução

(Grupo: Aline, Luís, Micheli, Rogério, Tina, Soraya)